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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Hoje vim caminhar à beira rio.
Sentei-me num destes bancos de pedra, olho para as águas calmas e penso em ti.
Tenho tantas saudades…
Não me reconheço no avançar das horas.
Não sei onde esperar por ti.
Nunca sei se vens.
Mas tenho saudades, tenho tantas saudades.
Será das palavras trocadas?
Das paredes pintadas?
Dos sorrisos estampados?
Dos sonhos partilhados?
Não sei.
Mas tenho saudades.
Lembras-te, quando me esperavas no banco de jardim? Ah… como eu gostava de me aproximar e ver-te lá ao fundo, olhavas o relógio e as tuas pernas tremiam pela minha chegada.
O teu ar de zangado por eu nunca cumprir horários.
Lembras-te de quando nos descalçávamos para pisar a relva?
Pouco tempo ficávamos sentados no banco, rapidamente sentávamos no chão, mais rápido ainda tirávamos os ténis e nos deitávamos a ver as nuvens a brincar por cima das nossas cabeças.
Um dia… deixamos de ir ao jardim. Não me lembro se porque a Primavera se foi e com ela os pássaros vermelhos levantaram voo. Ou se porque perdeste o caminho para aquele pedaço de relva.
Deixamos de ir ao jardim.
E eu tenho tantas saudades tuas!
Diz-me: porque tenho saudades tuas?
Porque tento adivinhar as linhas do teu rosto?
Porque adormeço ao som da voz que não conheço?
Tenho tantas saudades tuas.
Tenho um segredo, o meu segredo és tu.
Vou guardar-te.
Mas não te terei.
Ingrato, digo.
Magoa-me a partida.
Tenho saudades tuas, caramba!
Peço-te tão pouco… e tu dás-me menos ainda.
Se me desses o pouco seria tão mais feliz!
Tenho saudades tuas.
Tenho saudades nossas.
Continuo com saudades tuas.
Levantaste voo, esqueceste das minhas saudades

sábado, 12 de setembro de 2009

Noite!
Não vejo as tuas estrelas salpicarem-te de luz.
Não encontro a tua lua, o farol que me guia através da escuridão.

Noite
Escura e fria, porque me deixas ficar aqui?
Assim?
No meio do nada, envolta deste silêncio ensurdecedor.

Noite
Entrego a ti o meu corpo nu, abandonada sobre a terra, na esperança que alguém o veja e lhe tire a alma…
Levando-me para longe daqui, sobre o oceano tranquilo, numa viagem para além das nuvens.
O meu corpo vazio, coberto de gotas de orvalho, desperta da dormência da noite para o fim da escuridão.
No horizonte, o dia, suavemente quer rasgar-te…noite triste, que hoje ocultastes a luz, gelaste-me a alma e deixaste-me morrer envolta de um silêncio oco.

Espero encontrar-te de novo

Uma noite diferente, onde as estrelas iluminam-me os passos e a lua me guie até aos sonhos que sempre acalentamos juntos, envoltos num abraço, num sono tranquilo!